quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Diferentes pontos de vista

Esses dias passando de carro, muito interessado com o trabalho, de uns tempos para cá estava deprimido e infeliz, quando de repente vi uma senhora de seus cinqüenta anos.
Ela estava andando com um monte de crianças, puxando uma carroça velha onde colocava reciclável, sua pele era enrugada e pintada porque tomava muito sol, olhos felizes, semblante alegre e esperançoso.
Passei por ela no carro e depois pensei, pensei, pensei sobre aquela cena.
Pensei que aquelas pessoas também eram gente, elas tinham que se submeter as condições de trabalho desumanas mas pensei também como o trabalho dela era importante; ela economizava matéria prima e deixava a rua mais limpa.
No outro dia em que passei naquele lugar, decidi parar um pouco.
Desci do carro, fui direto na direção da senhora e a perguntei:
-Sempre que passo aqui vejo a senhora muito feliz, com um semblante alegre e esperançoso, qual o motivo de tanta felicidade assim? Eu tenho casa, carro, uma piscina, lâmpadas fluorescentes que iluminam meu quintal, uma casa só para mim, um trabalho, enfim, tudo do bom e do melhor. Agora, se eu estivesse no seu lugar não seria alegre e sim triste.
-Nossa, porque seria triste? O senhor diz que tem casa, e eu tenho a natureza; o senhor diz que tem carro e eu tenho as minhas pernas para andar, diz também que tem uma piscina, e eu tenho um rio inteiro, mencionou que tem lâmpadas fluorescentes que iluminam seu quintal, e eu tenho a lua inteira, o senhor diz que tem uma casa só para você, e eu tenho uma família inteira que me dá apoio e carinho e também tenho Deus no coração, com meu trabalho ajudo a sociedade e a natureza, para que iria estar triste?
Ela me deu um sorriso e eu retribuí com o mesmo a ela, acenei e entrei no carro.
Pensei comigo: "Como sou uma pessoa pequena, sempre reclamo de tudo e essa mulher me fez perceber que minha vida é fantástica, que mesmo ela, naquelas condições está feliz".
A partir daquele dia, me tornei uma pessoa melhor e comecei a ter mais compaixão, isso tudo devo aquela senhora, que me ensinou a ver a vida com outros olhos.