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Nas áreas movimentadas de uma grande metrópole, com muitos carros em fila com seus faróis desligados, e muitos caminhões passando na rua; em um dia tão obscurecido pela poluição, em uma cidade coberta por prédios e casas, comércios, havia um garoto.Ele era de uma família humilde, pouco dinheiro, quase nenhum. Morava em uma casa de um cômodo, basicamente de 6 m2. Só tinha um banheiro fora da casa, e uma cama no centro do quarto, em que dormia com mais três irmãos e a mãe.Essa pobre criança trabalhava nos faróis da grande metrópole, vendendo balas às pessoas que ali esperavam pela tão demorada luz verde.
Em um dia de trabalho, esse ser, com muito pouca experiência, aguardava a luz vermelha para tentar vender suas balas e dar o dinheiro à mãe, que gastava tudo com pinga e cigarro. Mal mudou a cor do farol e lá estava ele, de janela em janela.Nesse dia, foi vender bala a um homem que, muito estressado com o trânsito, não se conteve e passou no sinal vermelho. Porém, não tinha visto o pequeno menino que atravessava a sua frente e passou por cima dele, atropelando-o.Aquele pequeno corpo, mórbido e sangrento, não resistiu e o pequeno órgão bombeador de sangue parou de funcionar.
Naquela rua passavam muitos carros, luxuosos ou pouco confortáveis, pessoas que olhavam por cima de todo mundo. Ninguém se importou com aquele mero corpo, no canto da rua.Pessoas desviaram com seus carros, orgulhosos. Outros, que passavam andando, nem olharam o chão da rua, que ficava naquela cidade sem compaixão e arrogante.
O corpo apodrecia e havia ficado ali por três dias, sem ninguém se importar.Uma tarde, um velho homem, de sotaque estranho, quem sabe um estrangeiro que visitava a cidade, sentiu muita dó do pobre menino e ligou para a funerária.Depois de uma hora e meia, o corpo estava naquele lugar sombrio e cheio de almas penadas, sendo colocado no caixão, o lugar tão temido pelos seres humanos.
O funerário mercenário telefonou a mãe do garoto, que nem estava sabendo. Ela, claro, se recusou a pagar.Imediatamente, o tal egoísmo se mostrou no funerário, que sem piedade nenhuma jogou o corpo em um abismo.Antes do menino morrer, pessoas o viram conversando com o mesmo velho, aos gritos, exclamando que não podia partir, que teria que ajudar sua mãe.Depois, o tal velho desapareceu como vapor.